23.2.06

patos


eu atiro e ele cai. e outro. e mais um. sonho que mato todos os que me incomodam, como no brinquedo do parque de diversões. patos de madeira, mal-pintados. bicos pretos descascados, eles passam enfileirados sob a mira da arma de rolha. fecho um olho. alinho o outro ao alvo, atiro e eles caem. eu não erro. no sonho, os que me incomodam me deixam em paz. compro mais fichas. volto pra fila. eu me divirto. no sonho, eu não me mato. viro a arma e atiro neles. um. e outro. e mais um. no sonho, todos caem.

11.2.06

fuga


durante a ida, eu vou trocando os sapatos pra confundir a sua busca. deixo pegadas falsas pra que nunca mais me encontre. durante a ida, olho pra trás e não reconheço meus rastros. na fuga, me perco de você e de mim.