25.2.07

morte


era um desses dias em que tudo corre bem. tinha limpado a casa e escrito dois ou três poemas que me agradaram. não pedia mais nada. então saí pelo corredor para retirar o lixo e atrás de mim, com um pé-de-vento, a porta se fechou. fiquei sem chaves e às escuras sentindo as vozes de meus vizinhos através de suas portas. é transitório, disse para mim mesmo; porém assim também podia ser a morte: um corredor escuro, uma porta fechada com a chave para dentro. o lixo nas mãos.

[do argentino fabián casas, no blog do joca]